domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cinematiquices - Filme "Ágora"



 A história de Ágora passa-se no séc. IV D.C., num Egipto transitório devido à queda do Império Romano.
Hypatia, interpretado soberbamente por Rachel Weiz, é uma filósofa que luta pela preservação da Sabedoria Antiga num mundo em que a religião se impõe sem tréguas e não se apercebendo que o seu escravo,  Davus, está perdidamente apaixonado por ela. Este sente-se divido entre o amor de Hypatia e a liberdade que o Cristianismo lhe pode oferecer.
Mesmo tendo um orçamento elevado, Ágora não deixa de ser um filme europeu. Alejandro Amnébar (Os Outros, Mar Adentro) traz-nos um filme épico e transporta-nos aos primórdios do Cristianismo.
Talvez o realizador pudesse ter explorado o triângulo amoroso entre Hypatia, Davus e Orestes (discípulo de Hypatia), mas não era isso que se pretendia. Atrevo-me a dizer que é mais um filme com um bisturi afiado nas memórias de um dos lados  negros do Cristianismo e na forma como se impôs. Amnébar poderá ser acusado de fazer um ataque à religião cristã, mas penso que o foco da questão e onde ele próprio se centrou foi no repúdio a qualquer tipo de extremismo.
Sem nenhuma máquina de marketing por detrás, provavelmente será um filme para cair no esquecimento. Mas quem o viu saberá que dificilmente o esquecerá.
Finalmente, fez-se justiça a Hypatia, uma grande filósofa e que deu um contributo importantíssimo na Matemática e Astronomia.
Com Ágora, Amnébar prometeu que a audiência vai ver, sentir e cheirar uma civilização antiga como se fosse tão real quanto hoje. E cumpriu!!!

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